quinta-feira, 28 de junho de 2007

Empregada diz que foi espancada por jovens de classe alta no Rio


Roubada, vítima conta que levou chutes e pontapés na cabeça.
Três suspeitos foram presos e 2 estão foragidos; todos moram em condomínios de luxo.
Cinco moradores de condomínios de luxo na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, são acusados de espancar e roubar um celular e R$ 47 de uma empregada doméstica na madrugada de sábado (23), em um ponto de ônibus na Avenida Lúcio Costa. As informações são da própria vítima, Sirlei Dias Carvalho Pinto, de 32 anos, que reconheceu por meio de fotos quatro suspeitos do crime. O outro seria o dono do carro que transportava os jovens.

Na 16ª DP (Barra da Tijuca), onde a queixa foi registrada, o inspetor de plantão, que preferiu não se identificar, confirmou o caso e informou que três suspeitos já estão presos. Um deles teria confessado o crime e ajudado a polícia a identificar o restante do grupo. Outros dois jovens estão foragidos. De acordo com o inspetor, os cinco suspeitos são de classe média alta e moram em condomínios luxuosos na Barra.

Vítima relata a agressão
Segundo Sirlei, os jovens chegaram em um Gol preto, placa LOZ 6926. "Eles pararam em frente ao ponto de ônibus. Quatro saltaram, puxaram minha bolsa e começaram a me agredir", explicou a vítima. Em seguida, eles fugiram. "Eles foram embora rindo e dando gargalhadas."

Sirlei conta que tinha médico marcado, por isso saiu da casa onde trabalha tão cedo para pegar um ônibus.

"Eu estava olhando na direção que os ônibus vêm quando eles chegaram me xingando. Depois de pegar a minha bolsa, eles começaram a me bater. Levei muitos pontapés e chutes no rosto. Coloquei o braço na frente, para me proteger e eles passaram a me dar socos e cotevaladas na cabeça", relembra a vítima.

Sirlei conta que mais duas senhoras estavam no ponto ônibus. Elas também teriam sido agredidas, mas, segundo a doméstica, não tiveram as bolsas roubadas.

Muito machucada, Sirlei voltou para o prédio onde trabalha e contou ao chefe o que tinha acontecido. Uma testemunha, um motorista de táxi que passava pelo local e viu a ação dos jovens, anotou a placa do carro dos agresssores e informou o número aos seguranças do prédio da vítima.

"Fui à delegacia prestar queixa", diz Sirlei. Em seguida, ela foi levada para o Hospital Lourenço Jorge, também na Barra da Tijuca, onde recebeu atendimento médico.

"Meu braço, olho esquerdo e rosto estão roxos. Estão fazendo compressas. Mas o pior é a dor de cabeça, que não passa nem com remédios. Isso foi por causa dos chutes que levei", relatou a empregada.

Suspeitos já foram identificados
Com o número da placa, a polícia conseguiu localizar o dono do carro. Felipe Macedo Nery Neto, de 20 anos e estudante de direito, foi o primeiro a ser preso. Segundo a polícia, ele confessou o crime e delatou o restante do grupo.

Mais dois suspeitos também foram presos: Leonardo de Andrade, de 20 anos, e Júlio Junqueira, de 21. Eles serão levados para a Polinter.

Já Rodrigo Bassalo, 20 anos, e Rubens Arruda, de 19, que, segundo a polícia, também participaram do crime, não foram encontrados em suas residências. Eles já estão com a prisão decretada e estão sendo procurados.

O inspetor de plantão informou que Felipe teria dito que cometeu a agressão porque a mulher seria uma prostituta. "Ele disse que eles queriam botar ela para ralar". O inspetor acredita que os jovens estivessem drogados na hora do crime.

Segundo o inspetor, os suspeitos devem responder por roubo, lesão corporal dolosa e formação de quadrilha.

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